Aos 13 anos, o zootecnista Filipe Castro aproveitou um momento sozinho em casa e saiu para comprar seu primeiro maço de cigarros motivado pela curiosidade da adolescência. O que era para ser apenas uma diversão momentânea se tornou um vício que o acompanhou por dezesseis anos. "Em 2005 eu tinha acabado de sair de uma pneumonia e resolvi acender o primeiro cigarro depois de ter sarado, mas me fez mal, tossi muito. Naquele momento eu fumei apenas metade do cigarro e joguei fora. Foi a última vez", relembra.
Mas abandonar o hábito de fumar não costuma ser tão fácil para todos: a médica perita judicial Andrea de Araujo explica que a dependência é química e emocional. "A nicotina atua nos neurotransmissores, dando a sensação de prazer. Além disso, a maioria dos fumantes associa o ato de fumar a bons momentos, o que causa também uma dependência psicológica".
A doutora salienta que, embora o tabaco provoque relaxamento e bem-estar, ele causa também uma série de doenças, como Enfisema Pulmonar e Câncer. Dados do Instituto Nacional de Câncer, o INCA, apontam que uma em cada dez mortes no mundo é causada diretamente pelo cigarro - e a situação atinge tanto fumantes quanto pessoas que convivem com a fumaça do cigarro. "O fumante passivo tem riscos exatamente iguais a quem fuma de fato e o contato com o tabaco de modo indireto é igualmente prejudicial", afirma a médica.
No dia 29 de agosto celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, cujo objetivo é sensibilizar a sociedade brasileira para os malefícios do cigarro não apenas para a saúde, mas para a economia, para o meio ambiente e para a vida social. Filipe Castro, que está livre do vício há doze anos, confirma que poder passar mais tempo perto dos amigos quando vai a bares e restaurantes é um dos principais ganhos. "Quando você fuma, perde-se muita coisa socialmente. É muito bom não ter que largar o que você está fazendo. É claro que até hoje eu tenho um lampejo, uma vontade, mas eu sei que não preciso mais do cigarro na minha vida, então passa muito rápido", garante.